sábado, 23 de janeiro de 2010

Quando os joelhos se dobram e a boca oraliza... divinamente.

Sempre que andava nas ruas perdia a noção de tempo e espaço.
Tantos anos de confinamento, tanto tempo vestindo a pele da clausura, sem que nunca tivesse desejado esconder-se do mundo.
Agora a sensação de liberdade causava estranhamento, o tempo havia
passado rápido demais e nada era como antes. Não havia braços que lhe recebessem de volta mas olhares inquisidores que insistiam em duvidar de seu andar desajeitado e sua pouca intimidade com a vida aqui de fora.

Depois de tudo o que passara era natural que a vissem com maus olhos. A menina romântica e sonhadora ainda existia dentro dela, o sonho de encontrar um amor verdadeiro apenas havia adormecido por uma longa temporada mas continuava tão vivo quanto o fogo que ardia suas entranhas.
O mesmo fogo que a fez entrar naquele quarto, que a fez sucumbir à
curiosidade e à vontade de libertar-se e sentir-se humana, falha,
imperfeita, mas viva.

Seus olhos vidrados não conseguiam desviar-se do volume debaixo da
cueca branca e colada ao corpo. O corpo moreno e bem desenhado
daquele estranho. Tão belo, tão misterioso, tão intrigante. Sua
imaginação sempre esteve além de suas forças, era ousada e rebelde e não obedecia limites.
Deixou-se avistar e não teve medo. Foi entrando devagar mas sem
reservas, deixava saltar aos olhos o fogo da menina que se tornara
mulher longe dos perigos do mundo, mas com a mesma intensidade de
qualquer fêmea de sangue quente e instintos vívidos.

Ajoelhou-se como sempre fazia em seus momentos de oração e
sacrifícios e não foi impedida de satisfazer sua curiosidade. Pelo
contrário, de olhos fechados sua "vítima" deixou-se, entregue e
totalmente agradecido pelo presente divino.
Descobriu cuidadosamente a pele morena deixando saltar para fora o
mais belo e delicioso banquete que já experimentara. Jamais, em seus
sonhos e devaneios havia imaginado algo tão maravilhoso. Era longo,
grosso e bem desenhado. Formas arredondadas, extremidade rosada e suculenta. Poucos pelos e aos poucos iam sobressaindo sob a pele algumas veias, que enchiam-se do sangue quente que o seu apetite fazia ferver ainda mais.

De olhos fechados, ele aguardava ansioso. O suor escorria, enquanto ela, com as mãos delicadas manipulava seu mais novo brinquedo.
Sentia crescer em suas mãos, sentia-se poderosa, dona de suas
vontades. Não se conteve, abocanhou o membro duro e pulsante e se
deliciou com aquela guloseima. Estava faminta, precisava sentir-se em
pecado, suja, fraca para ter certeza de que realmente era humana.
Estava cansada da lisura imposta e exigida contra a sua vontade.
E fartou-se. Sugou até a exaustão, até seus lábios ficarem dormentes e aquele veio explodir em sua boca, transbordando um leite quente,
salgado, grosso... o gosto do prazer sem limites, da liberdade, da
vontade saciada.

Foi surpreendida em pecado, ajoelhada, sugando o membro ereto de um estranho totalmente nu. Lambuzada de sêmem, extasiada, e às
gargalhadas, tamanho era o prazer experimentado ali.
Não houve envolvimento afetivo, não houve sequer apresentações formais:

- Oi eu sou a fulana
- Muito prazer, eu sou o fulano.

Não, nada de formalidades. Apenas a intimidade, o mais íntimo dos
contatos entre dois estranhos. E o prazer compartilhado em silêncio.
Depois disso, apenas alguns olhares inquisidores e uns tantos dedos
cheios de soberba apontados ao que alguns chamavam de "loucura", "insanidade", "desatino", e outros apenas "semvergonhice". Nada, absolutamente nada que maculasse o prazer daquele momento, e a satisfação de ter-se banqueteado de um estranho deliciosamente entregue à sua vontade.

Andar nas ruas, tornava-se agora um exercício de voltar a viver. Mas sem véus nem amarras, sem máscaras, e com o mesmo olhar perdido e
curioso da menina que dormira por tantos anos.

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