terça-feira, 8 de julho de 2008

Abunda


Tenras e abundantes carnes
paraíso recôndito do meu apetite
perdição minha nas cálidas tardes!
Ah, pura polpa, macia e ávida
me assanha, me põe em riste!

Vejo-te a balouçar bela e faceira
sempre a me instigar com artimanhas
num dançar exótico, alucinante!
Oferece-me teu sulco, regateira
sempre a envolver-me nas tuas façanhas!

Entrego-me...mãos, boca e falo
cravando firme na abundância
percorrendo fenda, carnes e pregas
deleitando-me no teu regalo
às linguadas, em cálida constância!

Abundas, saborosa e farta
nicho do prazer, leito de luxúrias!
Ah bunda! Que beleza plácida!
Guarda em teus meios que te aparta
teu sulco poderoso, sumo dos meus dias!

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